quinta-feira, 24 de maio de 2012

Cada um com sua tarefa

Na vida cotidiana, com frequência, nos encontramos em situações que devemos esperar. Foram criadas até salas de espera. A espera pode constituir uma prova para nossa paciência, um teste para nossos nervos.

No evangelho, a espera é apresentada como vigilância, a atenção que devemos dar à vinda do Senhor e aos apelos que a comunidade e a sociedade nos fazem em vista da construção do reino de Deus. Assim na sociedade, na comunidade são distribuídas as várias funções. A vigilância consiste justamente em assumir com empenho o que foi confiado a cada um. É o novo modo de seguir Jesus em sua ausência física.
Como devemos esperar a vinda de Cristo? Certamente não sentados na sala de espera. Ao contrário, devemos crescer, combater os males, viver em atividade, e em solidariedade. Tudo isso não deve ser motivo de aborrecimento e de tédio, mas tempo de alegria e otimismo.
Até quando devemos esperar a vinda de Cristo? Não sabemos o momento - mesmo porque, não é tão importante conhecê-lo. O importante de verdade é ter paciência e confiar no surgimento da aurora de um novo dia, mais bonito e feliz. Sem esquecer que a oração também é importante. A oração é o melhor remédio contra a sonolência e a indiferença e nos ajuda a discernir a hora de Deus na vida pessoal e comunitária. 

Pe. Nilo Luza, ssp 

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Silêncio e Palavra

Vivemos num período histórico em que assistimos ao impressionante desenvolvimento das tecnologias na área da comunicação. Notadamente com o advento das mídias digitais, entre as quais a internet e o celular, e com a consequente organização da sociedade em "rede", o mundo está cada vez mais interconectado, influenciando, de maneira decisiva, e nosso modo de ser e de nos relacionar.
No entanto, o acesso às novas tecnologias não garante a qualidade da nossa comunicação. É necessário refletir sobre como estamos usando as modernas mídias e até que ponto elas estão nos ajudando a construir uma sociedade com melhor qualidade de vida. Caso contrário, o que deveria ser fator de humanização pode se transformar apenas em fonte de barulho e de dispersão.
Tendo presente esse conceito sociocultural, Bento XVI, em sua mensagem para o 46º dia mundial da comunicações, propões-nos oportuna reflexão sobre "Silêncio e Palavra: caminho de evangelização".
O papa nos mostra que entre silêncio e palavra não há oposição, mas complementariedade. De fato,  o "silêncio" é elemento importante no processo da comunicação. sem essa atitude não podemos "escutar", e, se não escutamos, como poderemos dizer as palavras certas às pessoas e ao mundo que nos cercam?
No âmbito da fé, o silêncio é o primeiro passo para acolhermos a palavra de Deus, precisamente porque favorece o discernimento e o aprofundamento. Se não escutamos o que o Senhor quer nos falar, o que vamos anunciar?
Evangelização é, antes de tudo, comunicação, e esta, para realizar-se de modo eficaz, necessita do silêncio e da palavra. Só assim conseguiremos oferecer, com base nos valores evangélicos, respostas adequadas aos problemas atuais, e construir uma sociedade com mais vida, em conformidade ao que Jesus ressuscitado espera de seus discípulos.

Pe. Valdir José de Castro, ssp